sábado, 8 de janeiro de 2011

I do, I do!

É impressionante como a arte é capaz de nos mover.

Se está em um ambiente turbulento, onde ninguém ouve ninguém e a briga de egos permanece em disputa, declame um poema. Ele direciona a atenção.

Se está em um momento distraído, no qual não se está centrado em outra coisa que não seja os próprios problemas, veja um malabarista lançar bolas para o alto. O foco será triplicado, ou quintuplicado. Quantas bolas eram mesmo?

Se está com uma opinião muito fixa, a qual se julga ser a certa, leia um livro. Os bons são capazes de mudar o que se pensa sem agredir ou impor. A apresentação de novos fatos irá de encontro aos antigos e a mudança pode se fazer e ampliar as possibilidades não só do pensar, como do próprio viver.

Se está com um ruído por dentro, que não cessa, ouça uma música. Os sons transferem-se aos poros e transformam o barulho em harmonia. Ela organiza as células.

Se está com o corpo rígido, de músculos atrofiados pela nossa forma atual de viver, dance. Os movimentos expandem nossa noção de espaço e é quase possível atingir o céu. O sangue se revigora e o coração responde.

Se está com sentimentalismo exacerbado, de chorar com último capítulo de novela, assista a um filme duro. Ele equilibra a emoção sem quebrar a sensibilidade. Racionalismo em excesso também se encolhe a partir do mesmo processo.

Se está com descrença generalizada, de si mesmo ao mundo todo, vá a um show de mágica. Em especial com uma criança. Se a racionalidade questionar a magia desse instante chamando-a de mero truque, o olhar infantil será capaz de mostrar o encantamento sobre aquilo que não se compreende.

Se está com a vida estática e rotineira, assista a uma peça de teatro. Os ensaios repetitivos não ofuscam o brilho do espetáculo único ao espectador.



Do you believe in fairies?